domingo, 31 de março de 2013

ALEGRIA DE PALHAÇO É VER O CIRCO PEGAR FOGO!


Para começar uma estória .-)

Hollywood, noite do Oscar! Cinegrafistas, atores, os mais belos e mais ricos da sociedade norte americana se encontram para celebrar a si mesmos. Após a premiação, todos se reúnem para um jantar. Champanhe, um buffet digno de reis e naturalmente ao som das músicas de um grupo famoso. Tudo como sempre perfeito, mas de repente a porta principal do salão bate contra a parede e fumaça invade o mesmo. Um oficial da segurança aparece em meio da fumaça e anuncia que o andar inferior se encontra em chamas. Escadas e elevadores estão bloqueados. Todos devem abandonar o prédio o mais rápido possível pelas escadas de emergência que se encontram ao lado das janelas!  A evacuação do prédio ocorreria sem problemas se o moderador da noite não levantasse a voz e dissesse que naturalmente os ganhadores do Oscar, teriam o direito de ser os primeiros abandonarem o prédio! Nesse momento o chefe de segurança protesta de modo veemente dizendo que mesmo em uma situação de emergência como essa, a ordem de prioridade do protocolo deveria ser observada. A primeira dama naturalmente seria a primeira a ser levada em segurança. Assim começa uma discussão a respeito da ordem de segurança. Para que ninguém se atrevesse a abandonar o salão antes de uma resolução democrática no sentido do espírito americano, o chefe de segurança ordenou que todas as saídas de emergência fossem bloqueadas pelos seguranças. Assim, todas as portas e janelas foram fechadas, enquanto o fogo se alastrava pelo prédio a discussão aumentava. Até que alguém teve uma ideia maravilhosa! “Vamos fundar uma comissão!” Todos concordaram e começaram a trocar ideias a respeito. Em comum acordo escolheram quem faria parte da comissão e quem seria o chefe da mesma. Enquanto os mesmos discutiam se a comissão precisava ou não de um protocolante as chamas invadiram todos os lados o andar onde os mesmos se encontravam. Todos morreram.

Concordo que a estória é meio estranha e não tem nada a ver com a realidade, pois em caso de perigo, onde decidimos por vida ou morte, ninguém reagiria dessa maneira. Em questão espiritual, no entanto, em relação a Deus e a nossa vida, a vida eterna, assim como a vida aqui na terra, um comportamento desse tipo parece ser normal. Pessoas discutem, leem livros, escutam pregações, conversam com amigos e não assumem um compromisso sério com Jesus. Uma situação assim, pode-se ler no evangelho de Joao no capítulo 12, versículos 34-41:

A multidão perguntou: "A lei ensina-nos que o Messias vive para todo o sempre. Porque dizes que ele deverá ser levantado? De quem falas tu?" Jesus respondeu: "A minha luz brilhará para vocês mais algum tempo ainda. Caminhem enquanto têm a luz, para que as trevas não vos apanhem; quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Acreditem na luz enquanto ainda há tempo; então tornar-se-ão filhos da luz." Depois de dizer estas coisas, Jesus retirou-se e ocultou-se da vista das pessoas. Mas, apesar de todos os milagres que tinha feito, havia muita gente que não cria nele, exatamente como Isaías, o profeta, havia dito: “Senhor, quem crerá na nossa mensagem? Quem aceitará a revelação do poder do Senhor?" Mas não podiam crer porque, como Isaías também disse: “Deus fechou-lhes os olhos e endureceu-lhes os corações de forma que não veem, nem entendem, nem se voltam para Ele para que os cure." Isaías, ao fazer esta revelação, referia-se a Jesus, pois tinha tido uma visão da sua glória.

A conversa entre Jesus e a multidão ocorre em uma situação decisiva! O capítulo 12 do livro de João marca uma mudança no livro. Primeiro vem os gregos e querem falar com Jesus. Estrangeiros, pessoas não judias querem conhecê-lo. Isso é algo novo! Nesse meio tempo, Jesus se auto denomina “filho do homem“ e anuncia sua morte, dizendo que o filho do homem seria exaltado ao morrer na cruz e retornaria ao local de onde veio. Apartir do capítulo 13 Jesus não fala mais em público. Todas as conversas relatadas no livro antes da sua prisão acontecem apenas com seus discípulos. A situação começa a se tornar séria, sua morte se aproxima. Esse é um momento decisivo! O fogo começa à se alastrar!

O Evangelho de João denomina a crucificação de Jesus como sendo sua exaltação. Sua glória é revelada. Seu poder é o poder de suportar o sofrimento, se oferecer em amor. Uma terrível perspectiva para Jesus no sentido que Ele será exaltado sim, mas através da sua morte na cruz.

O encontro de Jesus com os gregos é sinal de uma grande mudança no relato de João. Agora os judeus precisam tomar uma decisão! Após terem escutado a mensagem de Jesus e visto todos os sinais e milagres é hora de decidirem se creem ou não nele. O povo, no entanto quer discutir! Primeiramente eles querem entender. Todo mundo sabe que a melhor maneira de evitar ou adiar uma decisão é se envolver em uma discussão!

Não, a multidão não quer um Messias sofredor. Chega de perdedores. Sofrimento existe o bastante nesse mundo. Ninguém quer se decidir por um Salvador chamado “homem de dores”, que é perseguido, açoitado e que por fim perde sua vida de maneira dramática. A multidão quer um homem de sucesso, um Messias para se colocar na estante ou pendurar na parede, o orgulho de todos! O povo anseia por alguém que assente no trono lutando pelo seu povo e pondo fim às ameaças dos inimigos, porem chega alguém como Jesus dizendo: “meu reino não é desse mundo!” ninguém queria isso, pois que proveito teriam de um Reino que não é aqui e agora?

A multidão quer discutir! Nas escrituras eles encontram a respeito de um Messias cujo reinado dura eternamente. “Seu reinado será eterno“ (Salmo 89,37) “O reino de paz sobre o trono de Davi não terá fim!” (Isaías 9,6) – Por que esse homem agora diz que o filho do homem será exaltado? Quem é o filho do homem? Todos querem saber!

Será que os questionadores não entenderam realmente o que Jesus disse ou será que eles não queriam entender? O Messias é o rei enviado por Deus nos últimos dias. O filho do Homen é uma figura do livro de Daniel. Daniel teve uma visão, aonde alguém assentado sobre o trono de Deus veio a terra, esse tinha aparência como um homem. Esse filho do Homem recebeu de Deus poder, honra e reinado sobre as nações (Daniel 7,14). Jesus se auto intitulou filho do homem, mas quem disse que Messias e o filho do homem são a mesma pessoa? Quem é esse tal de filho do homem? Sobre essa matéria foram escritos livros e mais livros e nem todos chegam à mesma conclusão! Que maravilhoso assunto para uma discussão! “Vamos formar uma comissão!” E assim começa a palhaçada enquanto o circo pega fogo e ninguém percebe.

“Esse assunto precisa ser examinado, sim estudado profundamente.“ Jesus, no entanto, não se deixa envolver na discussão! Ele perde o interesse, se querem rir, que riam, palhaçada no entanto é algo que não lhe interessa! Basta! O povo, seu povo deveria e poderia já há muito tempo saber, mas o mesmo não quer crer! Enquanto discutimos, podemos viver como sempre vivemos, porem Jesus quer ouvir a decisão. Ele quer conversão para uma vida nova, Jesus quer a confiança e o amor das pessoas.

Deus é paciente e tem compreensão para nossas perguntas e até mesmo dúvidas, mas existe um ponto onde precisamos nos decidir!

Jesus responde: “A luz permanecerá durante pouco tempo com vocês. Sigam seus caminhos – tomem uma decisão – enquanto ainda é dia, para que a noite não os pegue de surpresa! Quem anda na escuridão não sabe onde seu caminho termina.” “Abandonem vossas perguntas.” Diz Jesus. “Agora, nesse momento vocês tem a luz. Tomem uma decisão. Parem de discutir! Creiam se levantem e me sigam enquanto ainda é dia, enquanto vocês ainda podem escolher!”

Talvez pensamos que essas palavras de Jesus só dizem respeito aos chamados incrédulos, e que para nós que nos tornamos cristãos a questão está resolvida. Por não fazer sentido falar de alguém que não está lendo esse texto, nesse momento, vamos falar sobre nós no nosso contexto, sendo ou não cristãos! Eu te convido a pensar nessas palavras de João e comparar com a sua vida.

Talvez você conheça uma situação como essa, onde você está andando por um local desconhecido, talvez em um campo ou floresta e vem o anoitecer. Você esperava chegar em casa ainda à luz do dia, mas a escuridão te pegou despreparado. Jesus vê a escuridão se aproximando e adverte seus ouvintes.

 A maioria dos Judeus, no entanto tinham o coração endurecido. Eles já não podiam reconhecê-lo. Já não podiam confiar nele. Muito tempo já havia se passado, desde que eles pararam de usar seus ouvidos espirituais e por isso perderam o costume de ouvirem a Deus e reconhecerem sua voz. Havia tanto tempo que eles pararam de ver que se tornaram cegos.

Muitos de nós se tornaram cristãos após serem convencidos através da leitura de um livro, ou visitarem um curso em uma igreja ou pesquisando na Bíblia. Nesse processo é normal que façamos perguntas e questionamos posições. Eu sou a favor de uma fé crítica e tenho medo de pessoas que engolem todos os sapos que são pregados de alguns púlpitos nesse mundo, se deixando levar por heresias e contos de fadas. Deus suporta perguntas e também dúvidas! No entanto, ainda que perguntar seja sadio, a maioria das nossas perguntas e questionamentos permaneceram sem resposta!

O caminho até Deus não é o caminho da razão! Crer, ou a fé em si parece muitas vezes irracional! Nossa razão, nosso entendimento humano não pode raciocinar Deus. Deus está nos céus e nós na terra. O mais importante no caminho da fé é a nossa vontade ou usando a linguagem da Bíblia, nossos corações! A fé não é em primeiro lugar uma doutrina ou uma matéria que estudamos e ao aprendê-la de cor a dominamos. Não! Fé é um caminho a ser trilhado. Caso contrário somente os gênios poderiam crer em Deus!

Se converter, tomar uma posição e viver com Jesus é um caminho que começamos a trilhar, a conversão da vida, o deixar certas coisas que não me fazem bem e que Deus não preparou para mim, fazem parte desse caminho. Em primeiro lugar, se encontra o amor incondicional de Deus por mim e o perdão que precisam ser aceitos. Um relacionamento é baseado na comunicação e todo relacionamento tem características especiais. Somos cristãos sim, mas não somos uma produção de massa, onde todos nos tornamos iguais, caso isso aconteça, tem alguma coisa errada. A fé é algo que nos leva a compartilhá-la, assim como a nos congregarmos com outros que também creem e ocuparmos nosso lugar no corpo de Cristo.

A fé é um caminho e Jesus desafia seus ouvintes a segui-lo agora, a colocarem o primeiro pé no caminho e seguir em frente sem olhar atrás. Ele os convida a andarem e serem luz. “Hoje, se ouvires sua voz não endureceis os vossos corações!” (Hebreus 3,15) – Pelo que parece é possível endurecermos nossos corações. Nossos olhos e ouvidos espirituais podem se estragar quando nos recusamos a usá-los.

Nós podemos perder a oportunidade de nos decidirmos. Talvez escutamos algo e sabemos que isso toca no fundo do nosso coração, mas adiamos a decisão. Claro, está faltando ainda alguma coisa! Quando esse ponto for resolvido, aí então tomaremos uma decisão, sim mudaremos nossas vidas, nos batizaremos e viveremos cada dia das nossas vidas com Deus. Talvez Jesus diga: “Tome sua decisão agora, enquanto ainda é dia!” Você, no entanto segue seu próprio caminho!

A luz é o próprio Jesus que está próximo de você! Nos salmos lemos que a palavra de Deus é luz para os nossos caminhos (Salmo 119). Joao, no entanto fala de Jesus como a luz do mundo (Jo 8,12). A luz ainda brilha e Jesus nos convida a crermos nela e nos tornarmos filhos da luz.

Uma fábula antiga conta a história de um homem que andava na escuridão do anoitecer até chegar na praia. De repente ele tropeça em um saco cheio de pedras. Vendo os vultos das gaivotas que voavam à medida que ele se aproximava do banco de areia, onde as mesmas repousavam, ele começa a jogar as pedras ao ar tentando atingir uma delas. Uma pedra após a outra caem na água e são enterradas pela areia. Uma das pedras ele guarda no bolso da calça e ao chegar em casa à luz da lareira percebe que a mesma era uma pedra preciosa. No dia seguinte ao nascer do sol ele corre para praia e procura por todo lado às pedras preciosas, sem encontrar ao menos uma delas.

O tempo que nos foi dado, nossas vidas, são como um saco cheio de pedras preciosas! Nós não devemos desperdiçar nossas vidas com discussões sem fim. Eu acho que muitos de nós apenas insiste em entender algo ou discutir a respeito antes de aceitá-lo porque sendo assim podemos continuar a viver como queremos. Nós queremos primeiro compreender tudo, primeiro organizar tudo, primeiro termos harmonia nos nossos relacionamentos e nos amarmos, primeiro orar a respeito... Só para ganharmos tempo, mas tempo é o que menos temos. Quantas pessoas e igrejas vivem assim! Se Jesus nos convida a tomarmos uma posição seja essa qual for, pode ser que o mundo ao nosso redor esteja em chamas e ele nos quer levar em segurança. Vamos deixar o circo pegar fogo?

Esse texto é tanto para pessoas que ainda vivem sem assumirem um compromisso com Deus, mas também para cristãos que não se decidem que não vivem consequentemente com Deus endurecendo assim seus corações. Cada dia das nossas vidas que vivemos sem comunhão com Deus é um pedra preciosa que jogamos fora e esse tempo desperdiçado não volta jamais. Por isso Jesus disse: “A luz permanecerá durante pouco tempo com vocês. Sigam seus caminhos enquanto houver luz, para que as trevas não os peguem de surpresa! Quem anda na escuridão não sabe o fim da sua trilha.” Hoje é o dia, essa é a hora da nossa decisão! Que Deus te abençoe!


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sexta-feira, 15 de março de 2013

DIZEM QUE SOU LOUCO!



Jesus é um pintor! Sua mensagem é cheia de ilustrações! Uma ilustração é um quadro da vida e como a mesma cheio de cores. Um dia Jesus usou a seguinte quadro, dirigindo-se a uma grande multidão reunida para ouvi-lo, enquanto muitos outros se aproximavam ainda, vindo de outras cidades:

"Certo homem foi ao campo semear. Quando lançava as sementes ao chão, algumas delas caíram num caminho e foram pisadas. Vieram as aves e comeram-nas porque estavam à vista. Outras sementes caíram em chão pouco fundo com pedras por baixo. Mal começaram a crescer, logo murcharam, morrendo por falta de humidade. Outras sementes, ainda, caíram entre moitas de espinhos, que em pouco tempo sufocaram os rebentos. Mas outras caíram em solo fértil, e quando cresceram deram uma colheita de cem vezes mais do que aquele homem havia plantado." Ao fazer esta ilustração, Jesus acrescentou: "Quem pode ouvir, que preste atenção." Os apóstolos perguntaram-lhe o que queria dizer aquela ilustração, e Jesus respondeu: "Deus concedeu-vos a possibilidade de conhecer o significado destas coisas sobre o reino de Deus. Mas aos outros, fala-se por parábolas, como diz as Escrituras: 'Este povo ouve as palavras porém não entende, vê e não percebe'. O que a comparação quer dizer é o seguinte: A semente é a mensagem de Deus. O caminho duro onde caíram algumas das sementes representa aqueles que ouvem as palavras de Deus, mas o Diabo logo as vem roubar, não deixando que as pessoas creiam e sejam salvas. O solo pedregoso representa aqueles que ouvem com prazer, mas a mensagem não fica neles; e não deita raiz nem cresce. Quando chegam as provas desviam-se. A semente entre os espinhos representa os que ouvem e crêem na palavra de Deus mas cuja fé é depois sufocada pelas preocupações, ambições e prazeres da vida, pelo que nunca dão fruto. Mas o solo bom representa as pessoas sinceras e honestas que, ouvindo as palavras de Deus, dão fruto com continuidade." (Lucas 8, 4-8-15)

Visitar galerias de artes é um dos meus hobbys. Nada como contemplar uma obra prima e tentar captar os sentimentos, perguntas, impressões que a mesma gera em mim. Me lembro da primeira vez que estive diante de um Picasso e da emoção que o lago de rosas de Monet causou em mim. Vivo correndo atras de exposições de arte e para ver um quadro que me desperta a atenção estou disposto à pecorrer kilometros. Vez por outro uso um quadro como motivo da pregação. No momento trabalho em um projeto evangelístico onde a Arte deve despertar no observador fé. Sem dúvidas um desafio!

Van Gogh me fascina! Sua biografia me impressiona e despertar em mim uma mistura de tristeza e fascinação. O semeador é um das mais famosas das suas obras. Antes de chegar até essa versão van Gogh pintou uma série quadros com o mesmo motivo.

Van Gogh, um cristão? Sim um cristão! O semeador expressa o desejo do pintor de sentir a presença e a direção de Deus no seu dia a dia. Jesus é o semeador na parábola relatada por Lucas. O sol que brilha em um amarelo berrante aparece em vários dos seus quadros. Na sua forma e intensidade do brilho o sol simboliza nao somente a perfeição, mas sim a presença divina. Uma vez van Gogh disse: „Quem nao acredita no sol é um ateu!“ Sol era sua forma de falar da presença de Deus na natureza, seu calor e lúz que estão presentes em nós através da fé em Deus. Amarelo é a cor predileta de van Gogh e a mesma é presente na maioria das suas obras, pois Deus está presente em todo lugar! O desejo dele ao pintar era transmitir através do motivo e das cores ao observador uma pregação melhor do que a que ele fez com palavras. Van Gogh um pregador?

Seu pai era pastor em uma Igreja Reformada. Após vários empregos, dos quais sempre foi despedido van Gogh começou a lecionar em uma escola metodista. Sua fé e conhecimento das escrituras despertou a atenção do diretor da escola que também era pastor da igreja metodista local. Através desse encontro, van Gogh se tornou ajudante pastoral. O trabalho com a igreja despertou nele a vontade de estudar teologia e ele começou a se preparar para o estudo. O estudo do grego, latin e matemática eram requeridas para o estudo da teologia. Van Gogh dobrou as mangas da camisa e começou a se preparar para o estudo. Emfim ele tinha um alvo na vida. No entanto, após uma visita a universidade ele desiste do estudo e diz que „a faculdade teológica era uma fábrica de fariseus.“ Sendo assim ele se imatricula em um seminário para pregadores em Bruxelas, do qual ele foi expulso 3 meses depois por pertubar as aulas com discussões sem fim de maneira tal, que os professores nao conseguiam mais lecionar suas matérias. Mesmo assim ele consegue um emprego como ajudante pastoral em uma região carente. Os pobres e necessitados amavam a maneira como ele se empenhava em ajudá-los não somente com palavras, mas também de forma prática. Van Gogh se identificou de tal maneira com a situação da sua congregação que ele passou a andar e viver como um deles. Primeiro veio voto de pobreza e depois a falta de higiêne corporal o que levou a mais uma demissão. Um minístro do evangélho, disseram os líderes da igreja, deve ser um exemplo em todas as áreas! Van Gogh um louco?


O semeador de van Gogh é uma pregação! O que vemos? No meio exato da parte superior do quadro o sol brilhando em um amarelo berrante que colore tudo que se encontra na sua proximidade, como os frutos maduros prontos para uma rica colheita. Logo abaixo dos mesmos uma linha desperta a nossa atenção, pois a paiságem muda radicalmente. Um campo cheio de pedras e espinhos, uma trilha, pássaros à procura de alimento e em meio a tudo isso crescem aqui e ali em meio a todos os desafios a erva. Um homem, o semeador passeia com o saco cheio de sementes atado a sua camisa e joga com a mão direita as sementes em toda direção.

O Objetivo da fé - sim a fé tem um objetivo e esse fica claro através desse quadro - é que a mesma brilhe em cores tamanhas e seus frutos sejam tão atrativos aos olhos do observador, que o mesmo se mova em sua direção em busca de alimento, calor e lúz.  

A maioria das parabolas na bíblia nos falam sobre o Reino de Deus, sim o Reino do Céu. O Reino de Deus começa de maneira invisível, mas ele se tornará tremendo, brilhante, exalando calor e força e superando todos os obstáculos. Nada pode reter a vinda desse Reino. Inimigo algum nesse mundo pode se por no caminho de Deus, não importa quão grande e poderoso o mesmo seja. No entanto a vinda desse Reino pode ser interrompida, se nós não nos abrimos para ele. Será que o meu coração é uma terra fértil? Será que estou atento a Deus? Ou será que estou preso em minhas preocupações com minha própria vida?
Motivos de preocupação existem! No entanto essas coisas podem ser mortais para nossa fé, pois podem sufocar nossa confiança e esperança em Deus. Onde fica o amor ao próximo, quando só estamos atentos à nós mesmos e as nossas necessidades? Onde fica a fé?
„A semente entre os espinhos representa os que ouvem e crêem na palavra de Deus mas cuja fé é depois sufocada pelas preocupações, ambições e prazeres da vida, pelo que nunca dão fruto. Elas são sufocadas e nao amadurecem.“
O tema dessa parábola é a palavra de Deus que há de ser semeada. Nesse ponto uma pergunta me incomoda: Será que o semeador perdeu o juizo? Que tipo de  homem é esse que desperdiça algo tão precioso como os grãos à serem semeados? Seria mesmo necessário que tantas boas sementes se perdessem?

Van Gogh pinta no fundo, no primeiro terço da tela o quadro ideal, o sonho de todo semeador, 100% de crescimento. No entanto no início, antes da semeadura toda terra é igual! O campo era como toda terra na Palestina dos dias de Jesus, só era arado pouco antes da semeadura para nao ser resecado pelo calor e pelo vento. Semear custa suor e músculos. Então sim sai o semeador com o saco cheio de sementes atado ao seu corpo como uma segunda camisa, lançando as sementes ao vento.

Os moradores da região de tanto caminharem pelo campo no meses secos formaram uma trilha e algumas das sementes lançadas ao vento caem nessa trilha seca. O homem nao percebe. Outras caem em solo pedregozo. O semeador nem vê. Muitas caem entre espinhos. O agricultor segue em frente como se nada tivesse acontecido. Muitas no entanto caem em solo fértil.

Por que tanto desperdicio? Será que a culpa é mesmo do semeador? Quem é o doido nessa história toda? Pense em um outro quadro:
Existem casas, onde a televisão ou o rádio ficam ligados o dia inteiro. No nosso Brasil isso é comum. Mesmo quando pessoas recebem visitas a tal da televisão fica o tempo inteiro ligada. Muitas vezes nas conversas com visitas a atenção das pessoas presentes fica dividida entre a telinha e os outros. Podemos mesmo chamar de conversa o que acontece em um ambiente como esse?

Entre notícias assombrosas, desdobramentos de casos de amor nas novelas e acidêntes de trânsito conversamos tanto sobre assuntos profundamente pessoais e banalidades. Aí eu me pergunto, que proveito temos das mais ilustres visitas, se nós como donos da casa ou convidados estamos o tempo todo concentrados na vida alheia fictiva ou não que se encontram fora do nosso alcance? Assim vivem muitos divididos entre o aqui e agora e ficção e coisas distantes.

Anestesiadas por preocupações, ajuntamento de riquezas e pelo luxo da vida recebemos a semente, sim a palavra de Deus. No entanto a mesma não alcança seu alvo e não produz fruto algum. Deus nos envolve com a sua presença diariamente, minuto por minuto. Ele fala conosco através da natureza, sua palavra, acontecimentos diários. Suas palavras nos envolvem o tempo inteiro, mas as mesmas nos encontram em diferentes situações. Se Deus tiver o azar de querer falar algo importante conosco em um momento onde não estamos atentos à ele, então é como se a semente fosse sufocada pelos espinhos ou morresce por falta de água. O azar é nosso! O louco somos nós e não Deus!!!

A mensagem alcança os primeiros ouvintes! O mesmo ouve a palavra de Deus quando quase não esperava. Talvéz como convidado em um batismo, como padrinho em um casamento, em um culto de natal ou em um enterro. O mesmo ouve, mas a mensagem entra em um ouvido e sai no outro.

O Segundo ouvinte conhecemos bem. Você senta em uma roda com amigos, no meio de uma festa, em um bar e derrepente alguém te pergunta à respeito da sua fé. Você começa à falar sobre a sua experiência e todos ficam atentos às suas palavras. Cheio de alegria você se despede dos amigos ao ver que alguns ficaram mesmo tocados. Alguns dias após a conversa um ou outro pensa ainda à respeito de uma vida dedicada à Deus, mas depois de algum tempo o efeito passa e os mesmos esquecem do que sentiram naquela bela noite!

O terceiro é como um homem de negócios que só pensa no lucro que o dia trará. Existem muitos cristãos no mundo dos negócios que são tão duros quando se diz respeito ao dinheiro como qualquer outro negociante. Infelizmente a fé sufoca e o amor more de sede debaixo dos interesses financeiros. Ainda por cima vem as preocupações com a crise financeira que assola nosso mundo e cada um tem que cuidar da sua aposentadoria, pois seria inresponsabilidade não pensar nos dias que vinram… Será que vale mesmo a pena permitir que nosso medo e preocupação sufoque nossa fé como os espinhos sufocam as sementes?

Naturalmente interpretamos essa parábola com relação às pessoas que chamamos de „incrédulos“, mas será que vivemos mesmo uma outra situação? Bom, ao perguntarem os discípulos qual o significado da parábola Jesus responde: „Vocês receberam o dom de entender as coisas do Reino dos Céus!“ Nesse ponto me pergunto, se é possível perdermos a sensibilidade para com as coisas de Deus! Quantas vezes somos como os mais duros e inflexíveis comerciantes, quando se diz respeito à nossa vida, preocupações e segurança?

Nessa parábola Jesus pinta diante aos nossos olhos um quadro um tanto quanto deprimente. Três quartos do solo cultivado não trazem a benção da semente, o fruto, à tona. Apenas em um terço dessa terra chamada mundo cresce a semente até a ceifa. Vale mesmo à pena o duro trabalho do agricultor de semear a preciosa semente nesse solo tão pobre? Loucura nao é mesmo! Nesse sentido podemos dizer: Deus é louco! Qualquer outro daria esse solo às ovelas e cabras como pasto.

Agora a decisão é nossa! Atrás do semeador se esconde o próprio Deus e aqui mais do que nunca fica claro o quão imenso é sua graça e amor. Deus não pensa economicamente. Pelo contrário eles esbanja seus dons e talentos, amor e misericórdia. Dia após dia ELE dá crescimento, deixa aparecer os frutos e os permite amadurecer. Dia após dia após dia resplandesce sua palavra nesse mundo como o sol exala lúz e calor. Ele nos convida a cultivarmos o seu solo e compartilhar sua preciosa palavra. Mas antes de nos dispormos como instrumentos nas mãos de Deus, precisamos deixar que a palavra nos alcance. Nós devemos preparar o nosso solo para que a palavra de Deus possa crescer e amadurecer nas nossas vidas. Se não fizermos isso, então perdemos o juizo.

Como está se desenvolvendo a semente do evangelho nas nossas vidas? Com o que se parece o nosso campo? Como o primeiro terço do quadro de van Gogh ou será que nosso coração mais se parece com o lado deprimente do mesmo? Se eu fosse van Gogh concluiria minha pregação com a frase: Quanto mais próximos nos encontramos do Sol, sim de Deus o Sol da justiça, mais forte transmitiremos suas cores, seu calor, seu amor. Esse é o local, onde provamos nossa saúde mental.

Com certeza não foi conicidência que nesse contexto o apóstolo Lucas nos adiverte de não escondermos nossa lúz debaixo de uma mesa, mas pô-la no velador.

Mesmo sendo abertos para recebermos a palavra de Deus, temos dificuldade de aplicar o que ouvimos na nossa vida. Talvez nos desculpamos dizendo que não somos pessoas consequentes o suficiênte para aplicarmos tudo na prática. Como se inconsequência fosse uma disposição pessoal. Não, aqui precisamos tomar cuidado, pois com o passar dos anos pode se ajuntar no nosso coração uma camada de pedras e rochas, que impedem que a palavra de Deus produza raízes profundas nas nossas vidas. Nosso coração pode se endurecer e se tornar escorregadio por fora e seco por dentro. Se a palavra por acaso conseguir penetrá-lo, ela pode ainda morrer de sede! Por isso, nossa oração nao deve ser „Ah, se eu não fosse tão superficial!“, mas sim „Senhor, me dê forças para dobrar as mangas e trabalhar consequêntemente na minha vida jogando tudo fora que impede a sua palavra de ir ao fundo do meu coração“.

A vida de van Gogh não foi fácil! Como disse sua biografia me enche de tristeza. Sua loucura e por fim seu suicídio foram frutos não somente da sua infância e relacionamentos destruidos, mas acima de tudo das decisões que ele tomou. A decisão com respeito à nossa vida é sempre nossa! Que Deus nos livre da loucura!

segunda-feira, 4 de março de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE DUVIDAM DE SÍ MESMOS!





„Então Jó respondeu a Deus: "Sei bem que podes todas as coisas, e que ninguém se te opõe. Perguntaste quem foi que tão loucamente"desacreditou a tua providência. Fui eu. Falei de coisas que ignorava, de que nada sabia,"coisas demasiado maravilhosas"para a minha compreensão. Tu dizes: 'Ouve e falarei! Deixa-me pôr-te umas quantas questões!" Vê depois e podes responder!' Mas eu quero dizer-te o seguinte: Antes, ouvi falar a teu respeito,"mas agora foi como se te tivesse visto" com os meus próprios olhos; por isso me detesto e me arrependo; ponho-me sobre o pó e a cinza"..“ Jó 42, 1-6


Dois amigos fazem um passeio em um dia ensolarado quando derrepente o céu se escuresce e começa a chover. Um deles pede ao outro que abra o guarda-chuva que o mesmo levava consigo. Esse lamenta e diz: „Pena, não vai ajudar em nada, pois meu guarda-chuva está cheio de furos!“ Surpreso pela resposta do amigo pergunta o primeiro: „Por quê você o trouxe então?“ Esse retruca: „E eu sabia que ia chover?“
Essa história poder ser uma parábola sobre a fé de muitos. Digo cheia de furos, incompleta e não consequêntemente refletida. Normalmente não percebemos se a fé de alguém é ou não à prova d’água. No entanto, quando chegam as tempestades da vida em forma talvéz de uma crise pessoal surge então a pergunta crucial: Por quê carrego comigo já hà tanto tempo uma fé que não é à prova d’água.

Muitas das difíceis situações que de maneira inesperada ocorrem no livro de Jó, podem também assolar da mesma maneira nossas vidas. Basta ligarmos a tv ou o rádio e em questão de poucos instantes escutamos à respeito do destino trágico de algumas pessoas. Acidentes, doenças, tragédias e notícias tristes assolam ao nosso redor. Ao ouvir à respeito percebemos a sorte que temos.

Aparentemente Jó era um homem de fé. Ao receber uma série de notícias trágicas, por exêmplo que soldados inimigos invadiram sua propriedade, roubaram seu gado, mataram seus escravos e que depois seus filhos e filhas foram vítimas de uma catástrofe da natureza – Jó, ao contrário de qualquer outro ser humano não perde sua fé e confiança em Deus, pelo contrário ele diz a frase mais marcante, sim a confição de fé mais marcante de toda bíblia:
"Saí nu do ventre de minha mãe; nada levarei quando morrer. Foi o Senhor quem me deu tudo quanto possuía; por isso ele tinha o direito de tornar a levar aquilo"que afinal lhe pertencia. Que o Senhor seja louvado." Jó 1,21

Mesmo essa fé não o poupou das outras tragédias da vida, que o assolaram da forma mais dramática que alguém podesse imaginar. Jó perde sua saúde, seu corpo se enche de furuncos, sua esposa amargurada ao ver tanto castigo para uma só vida despresa seu marido e o abandona. Antes no entanto o azomba: „Você ainda se apega à sua fé? Negue a Deus e morra!“ Apesar de tudo isso Jó permanece inabalável em sua fé. Mesmo ao perder tudo que pertencia ele diz: „Não recebemos boas dádivas de Deus, por que não devemos receber as ruins?“ Jó 2,10

Aparentemente Jó tinha mesmo uma fé inabalável. Ao decorrer do tempo no entanto os buracos da fé se tornam evidentes. Tudo começou quando Jó foi visitado por 3 amigos que queriam consolá-lo.

Esses amigos eram representantes de uma linha religiosa onde fé, demonstrada através de virtudes era recompensada com prosperidade, saúde e uma vida longa; no entanto todo pecado era castigado com pobreza, doencas e morte precosse.

O primeiro amigo de Jó começou seu discurso teológico de forma cuidadosa dizendo que Jó deveria se arrepende e lamentar seus pecados, pois nesse se encontra a causa dos seus sofrimentos. Jó se recusa à confessar algo que ele não cometeu. O sofrimento que veio sobre ele não foi merecido. Os teólogos da prosperidade, os mestres da doutrina da fé, os rastreadores das raízes de enfermidade desprezam o orgulho de Jó ao dizer que os mesmos estavam errados na interpretacão das escrituras. Não, Jó não era apenas orgulhoso aos olhos dos mesmos, mas sim um enganador de sí mesmo. Na verdade Jó deveria agradescer a Deus pela sua misericórdia pois na verdade o castigo que Jó merecia era muito maior do que aquele que ele recebeu.

Se os sábios sempre abrissem mão da razão, reinaria a buricce na terra. Jó opina pela razão e confronta seus bem intencionados amigos com uma séria de argumentos. Nesse ponto começou a chover atraves dos buracos contidos na fé de Jó. Sua fé não era à prova d’água.

Primeiro ele amaldiçoa o dia do seu nascimento e deseja a morte. Ele diz: (Hiob 9,21) „Eu sou inocente! Não quero mais viver. Eu desprezo minha vida.“
E nessas alturas do campeonato Jó inicia um ataque massivo contra Deus que trata o crente de maneira injusta. Deus se torna seu inimigo.

Para mim é íncrivel que o livro de Jó faz parte do canon bíblico, pois ninguém em toda bíblia se atreve a confrontar a Deus de maneira tão agressiva e atrevida como Jó. Mesmo Jeremia em sua fase depressiva ousa a falar com Deus como Jó falou. Deus deve deixá-lo comer seu pão em paz e parar de pertubá-lo. Em outras palavras, Jó perde não somente a vergonha e o respeito, mas se torna terrivelmente atrevido. Deus sim, é responsavel por tudo que acontece de errado não somente no mundo, mas também na vida de Jó. Nesse contexto se encontra o texto citado acima.

Para Jó não existem mais tabús. Ele ataca a justiça e a competência divina. Sim, ele tem razão e não Deus. Jó o desviado da fé.

Esse livro me fascina, pois ele é incrivelmente atual. Cristãos justos aos próprios olhos encontramos em cada esquina, assim como os defensores da fé pura, os radicais e fanáticos, que não conhecem a graça de Deus. Assim vivem muitos em um círculo vicioso, onde os mesmo ou criticam a Deus e sua justiça ou os seus irmãos na fé.

A mudança na história de Jó acontece no momento onde Deus se revela a ele. Esse momento quero esclarecer através de uma outra história. Imagine essa situação: Uma mulher entra em uma lanchonete e pede um café e um prato de biscoitos. Como o local está cheio, ela pede licença e se acenta na mesma mesa, onde um homem está lendo seu jornal ao degustar uma chícara de café. A mulher pega um dos biscoitos do prato que se encontra sobre a mesa e ao mesmo tempo o homem pega também um dos biscoitos do mesmo prato. A mulher ao ver o atrevimento do desconhecido que ousa comer os biscoitos que ela comprou, tenta se controlar para não explodir. Ele no entanto a olha diretamente nos olhos e sorri, voltando em seguida a ler o jornal como se nada houvesse acontecido. Passado algum tempo ambos pegam no mesmo momento mais um dos biscoitos. Nesse momento a mulher fuzila o homem ao encará-lo com um olhar repugnante, mas o mesmo não se deixa impressionar e sorri novamente. Por fim ao verem que somente um biscoito restou sobre o prato, ambos tentam pegá-lo antes do outro. O homem foi mais rápido. Ele abre novamente seu rosto em um sorriso, parte o biscoito ao meio e come sua metade, deixando a outra sobre o prato. Então ele se levanta, se despede e sai enquanto a mulher que diante a tal atrevimento não consegue dizer uma palavra sequer. Nesse momento o garçon chega com um prato cheio de biscoitos e se dirige a ela dizendo: Perdão, a senhora esqueceu o prato de biscoitos em cima do balcão.

Os biscoitos que mastigamos enquanto reclamamos da vida são de Deus! Tudo que cremos possuir por merecimento próprio é dádiva divina! Deus na sua misericórdia e graça nos supre com o pão de cada dia e ainda assim reclamamos e ousamos a chamá-lo de injusto crendo mais na nossa justiça do que na bondade divina.

Tanto Jó quanto seu amigos pecaram contra Deus ao defenderem suas teoria ao invés de demonstrarem amor e gratidão. Nosso conhecimento é parcial, nossas teses não passam de teses ao nos referimos a Deus. Uma tese segue uma contra-tese e de tanto discutirmos acabamos ganhando uma „pró-tese“ e assim caminha a igreja alejada de uma perna impedida de andar em direção ao perdido por causa do nosso orgulho espiritual: Primeiro por não reconhecermos nossos erros e segundo por não termos uma dúvida saudável do nosso conhecimento parcial.

Se os amigos de Jó olhassem ao seu redor veríam com certeza, assim como nós hoje, muito fieis pobres e necessitados em meio à uma menoria „próspera“ aos seus olhos. Não seria arrogância supôr que o pobre, doente, necessitado havia pecado e por isso colhia o fruto do mesmo? Nunca vimos mesmo um justo à mendigar o pão? Mendigar talvez não, mas fato é que entre os pobres e oprimidos desse mundo tem muitos crentes! O Senhor é o nosso Pastor sim, como diz o Salmista do Salmo 23, mas se o nada os faltará se refere mesmo às necessidades materiais não tenho certeza!!! Nossos guarda-chuvas possuem furos, nossa fé não é 100% à prova d’água!

Jó sofreu, pecou, feriu a Deus e perdeu a oportunidade de experimentar em meio à suas dificuldades a graça divina. Mesmo assim ele reconheceu seus erros, escolheu o caminho da humildade e pediu perdão.

Como está nossa vida espiritual? Pertencemos ao partido de Jó com seu orgulho espiritual e uma fé tradicional ou ao partido dos amigos com sua doutrina da causa/consequência? Fato é que todos nós conhecemos Deus às vezes somente de ouvir falar e falamos tanta burrices em nome da fé!

Crêr não significa saber, pois cremos no que ainda não vemos ou tocamos e assim podendo provar! Crêr ainda que seja uma certeza em coisas que só sentimos, ainda deve dar margem à uma certa incerteza e dúvida, não em Deus e sua palavra, mas em nós e em nossa interpretação. Quem duvida de sí mesmo, quem reconhece a incerteza do próprio conhecimento, esse honra a Deus! Nós nos orgulhamos da nossa doutrina bíblica e olhamos o outro como se estivéssimos em um andar superior. No entanto, reconhecemos realmente os buracos na nossa própria fé? Será que a nossa fé nos sustentará nos momentos difíceis da vida?

Primeiro Jó pensou que Deus era injusto por ter tirado sem motivo tudo que ele possuia na vida, bens, pessoas amadas, reputação... Mas então ele teve um encontro pessoal com ELE. Deus se revela ao seu amigo Jó como o criador do universo, sim o fazedor de biscoitos; ELE mostra a Jó o que faz pelo gênero humano dia após dia. Depois desse encontro, talvez em uma lanchonete da esquina, Jó reconhece que ele estava completamente falso. Deus não é um ladrão ou nosso inimigo, mas sim o Senhor da criação, nosso Senhor e incrivelmente amável. Assim ele confessa por sí e espero que também essas sejam sempre nossas humildes palavras: „Antes, ouvi falar a teu respeito,"mas agora foi como se te tivesse visto"com os meus próprios olhos.“

A história de Jó deixa claro que somos feitos com o propósito de vivermos em comunhão com Deus e que tudo que temos à começar pelo dom da vida, vem dELE. Enquanto permanecermos a olhar para o que posuimos ou não, para o que ganhamos ou não e nos esquecermos da sua imensa graça e bondade, então ainda não o encontramos de verdade. Chuvas e tempestades vinrão com certeza, antes delas chegarem podemos no entanto conferir nossos guarda-chuvas.

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